quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PRINCIPAIS PROBLEMAS ODONTOLOGICOS


 
A odontologia equina vem sendo amplamente abordada, em seminários e congressos da área de Medicina Veterinária, e pode trazer benefícios para todos os seguimentos da eqüinocultura, porque além de melhorar desempenho esportivo, também influencia em toda a fisiologia do animal, já que o cavalo passa em torno de 18 horas por dia se alimentando e precisa que o alimento chegue bem triturado em seu trato digestivo, para um bom aproveitamento do alimento.

 DENTE DE LOBO
 A presença dos “dentes-de-lobo” é culpada por muitos problemas de comportamento em cavalos e por interferir com o bridão e, por isso, estes dentes são freqüentemente extraídos. Alguns usam o argumento de que uma vez que esses dentes não têm nenhuma serventia e podem, em certas ocasiões, causar problemas, eles devem ser sempre removidos.
 O dente de lobo pode ser extraído desde quando ele estiver presente, mesmo quando for localizado em baixo da gengiva, é recomendado que na fase de doma o dente de lobo já tenha sido extraído.
 A manifestação é de dor, sendo diferente em cada individuo, alguns relutam com a cabeça de um lado para o outro, outros negam a virar para um dos lados e as vezes para ambos os lados, uns balançam a cabeça para baixo e para cima, alguns empinam e até caem de costas, outros dão puxões fortes  nas rédeas, tem cavalo que dispara e o outro não da um passo para frente, outros não fazem curva.
Em fim qualquer comportamento indesejável durante a condução desse animal por intermédio de uma embocadura, pode ser devido ao choque recebido pelo dente de lobo e o animal expressa de alguma forma sua reação de dor .
Os dentes de lobo devem ser extraídos apenas por M. Veterinários, pois apenas os veterinários podem fazer as anestesias e sedações necessárias para que esse procedimento seja feito de modo ético e responsável e com os equipamentos corretos sem causar sofrimento ao cavalo.

Ponta dentaria

A doença dentária mais comum em eqüinos é o crescimento de estruturas pontudas nos dentes, freqüentemente chamadas de “pontas de esmalte”,Embora tais pontas também sejam formadas de cemento e dentina quando aumentam de tamanho. Essas pontas crescem nas bordas laterais dos pré-molares e molares  maxilares e nas bordas mediais (linguais) dos  pré-molares e molares  mandibulares, podendo causar laceração das bochechas e da língua durante a mastigação.
Da mesma forma, machucados nos tecidos moles causados pelo crescimento mais localizado de pontas agudas ( chamados tanto de “ganchos” como de “bicos”, “degraus” ou “rampas”), dentes deslocados, ou dor devida a doença periodontal secundária profunda podem resultar na perda de pequenas quantidades de comida parcialmente mastigada, que caem da boca do cavalo durante a mastigação. Este “vazamento” do bolo alimentar ocorre na fase oral da deglutição e, desta maneira, pode ser classificada como uma disfagia oral. O bolo alimentar perdido geralmente é visível no chão fora da baia do animal, ou sob o cocho.     Cavalos sofrendo de crescimento dental excessivo ou outra causa de dor nos dentes podem não conseguir esvaziar completamente a boca de alimento e então acabar, em casos mais graves, tendo inchaços semi permanentes nas bochechas, que ficam parecidas com as de um hamster, devido ao acúmulo de comida fibrosa presa entre as laterais dos pré-molares e molares  e das bochechas. Aparentemente, esse acúmulo é provocado pelo próprio cavalo na tentativa de proteger as bochechas das pontas dentárias na área dos pré-molares e molares superiores. A ocorrência de dor bucal faz o cavalo evitar movimentos normais, mais
largos, de mastigação como os fortes movimentos de trituração, e devido a essa restrição dos movimentos da mandíbula podem-se desenvolver pontas dentárias de forma generalizada  Mais tarde, essas pontas agudas grandes acabarão por também impedir o completo movimento lateral da mandíbula. Por causa da dor oral, alguns cavalos podem também mastigar muito vagarosamente e, neste processo, emitir uns sons fracos mais provocados pela língua ao invés do vigoroso som de trituração da mastigação normal.

RETENÇÃO DA CAPA

A retenção anormal dos restos dos Pré-molar decíduos (chamados capas) pode ocorrer em cavalos entre dois e quatro anos e meio de idade. Estes dentes deciduais normalmente caem por volta dos dois anos e meio, três e quatro anos de idade, respectivamente para os 06s, 07s e 08s (pré-molares), mas pode haver muita variação individual no tempo de troca dos dentes deciduais por permanentes. Se os dentes-de-leite estiverem muito moles ou apenas parcialmente presos na gengiva, eles podem causar desconforto oral por algum tempo. Cavalos afetados podem fazer meneios de cabeça, deixar comida cair da boca, resistir ao uso do bridão e, ocasionalmente, perder o apetite por alguns dias até que os dentes moles caiam. Tais sinais clínicos em cavalos de dois a quatro anos requerem um cuidadoso exame oral procurando-se evidência de dentes-de-leite moles. Se encontrados, eles podem ser removidos  com o uso de um ‘extrator de capas’ especializado ou com um instrumento de lâmina longa e fina. Mesmo não estando mole os pré-molares temporários devem ser extraídos, segundo alguns clínicos, se a “capa” contra-lateral correspondente já tiver caído.





Problemas com os caninos


Os dentes caninos geralmente estão presentes nos cavalos, e presentes em uma proporção muito menor em éguas. (geralmente vestigiais)Tais dentes não se opõem anatomicamente e pode ser esta a razão pela qual se acumulam cálculos, freqüentemente extensos, nos caninos inferiores posicionados mais rostralmente. Diferentemente dos dentes braquidontes, o tártaro não constitui um fator importante de predisposição à doença periodontal em eqüinos, embora a extensa formação de tártaro nesse local causa gengivite, doença periodontal localizada e possa ocasionalmente causar ulceração dos lábios adjacentes. Esses cálculos podem ser prontamente removidos com um fórceps dentário resistente e a doença periodontal mencionada acima. Normalmente regredirá devido à capacidade de regeneração da membrana periodontal eqüina, mesmo em cavalos adultos. Infecções apicais dos dentes caninos ocorrem raramente, e traumatismo (com exposição pulpar) pode causar uma predisposição a infecção em alguns desses raros casos. Dentes afetados talvez precisem ser extraídos. Ocasionalmente, caninos deslocados ou exageradamente grandes podem interferir na mordida e devem, então, ser diminuídos. Dificilmente um dente canino deslocado precisará ser extraído. Devido ao grande comprimento (chega a 7 cm) e aos fortes ligamentos periodontais de suas coroas de reserva, e ao fato de que eles erupcionam mais lentamente que os demais dentes eqüinos, pode ser necessário recorrer mesmo à anestesia geral para a extração de alguns dentes caninos. Alguns veterinários aconselham que se desgastem as partes pontudas da coroa clínica, ou mesmo uma grande parte da coroa clínica dos dentes caninos, principalmente em cavalos de competição que estejam sendo submetidos a exames dentais profiláticos regularmente (ex.: a cada seis meses). A razão é para evitar que esses dentes causem laceração das mãos e braços do profissional durante os procedimentos odontológicos; também se alega que eles podem interferir com o uso do bridão em alguns animais e podem causar estragos em outros cavalos durante uma briga. Não há um consenso a este respeito. O desgaste exagerado desses dentes pode levar à exposição pulpar, o que é doloroso e desumano, além de também predispor à infecção apical dos caninos, possivelmente muitos meses ou anos depois.
 

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